A Anjos da Guarda sempre se posicionou de forma sustentável, preocupando-se em desenvolver boas práticas para a preservação do planeta.
Desde de julho de 2018, a Anjos da Guarda é parceira do projeto Save Cerrado e apoia a preservação de uma área de 40.000m² na região Mosaico Veredas de Peruaçu – Bonito de Minas /MG.
Na semana do Meio Ambiente, com objetivo de promover a conscientização do desenvolvimento sustentável, convidamos o Diretor Presidente do SaveCerrado.org, Sr. Paulo Bellonia para falar um pouco mais sobre um tema tão importante.
Venho do mercado de tecnologia, e no início de 2017 concluí um trabalho de consultoria para uma empresa. Os acionistas da instituição, que é proprietária de uma área de 180 milhões de metros quadrados no norte de Minas Gerais, me pediram para avaliar um plano de negócios para exploração de atividades do agronegócio convencional. Em seis meses de estudo, percebi que a área é de fundamental importância de preservação, e fiz a eles uma proposta de manter a área preservada e pagar aos proprietários por serviços ambientais. Foi difícil convencê-los a não realizarem a captação de recursos financeiros nos bancos especializados, recursos esses subsidiados para qualquer exploração de atividade econômica envolvendo o agronegócio. Com isso, no final de 2017, reunimos profissionais especialistas na área de sustentabilidade, uma equipe multidisciplinar formada por biólogo, assistente social, engenheiro ambiental, administradores, estudantes da área de tecnologia e iniciamos a SaveCerrado.
A savana, com a mais rica biodiversidade do planeta, está sofrendo com a intensidade de desmatamento, que na maioria das vezes é realizado dentro da legalidade. O Cerrado, o segundo maior bioma da América do Sul, tem como maior ameaça de desmatamento a própria Lei, que permite que até 80% de uma área privada possa ser desmatada para o uso do agronegócio. Isso é exatamente o inverso da Lei da Amazônia, que determina que os mesmos 80% sejam obrigatoriamente preservados.
Em função dessa exploração das áreas privadas, que são “legais” na maioria das vezes, e “ilegais” em alguns momentos, foi criado em 2017 a SaveCerrado, uma Organização Não Governamental (ONG) que atua com objetivo de combater as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e o desmatamento do Bioma. Tudo isso por meio de captação de recursos de pessoas físicas e da iniciativa privada, para converter parte desse recurso (25%) para remuneração das grandes propriedades privadas inseridas nos principais corredores de biodiversidade, que recebem recursos para manterem as áreas preservadas, o que é conhecido mundialmente como pagamento por serviços ambientais, e no Brasil se tornou uma Lei em janeiro de 2021, Lei 14.119 (PSA).
Todo recurso recebido pela SaveCerrado é de forma transparente, associado aos respectivos m² protegidos, e a maior parte dos recursos captados (75%) são utilizados para manter a estrutura da organização, além do desenvolvimento de pesquisas, trabalhos e projetos sociais junto a universidades, cooperativas e comunidade local.
Atualmente estamos trabalhando na preservação de uma área privada de 180 milhões de m², em Bonito de Minas, uma das regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado de Minas Gerais e do Brasil. Essa área está ao lado do Parque Estadual Veredas do Peruaçu, considerado um KBA (Key Biodiversity Area) pelo fundo de investimento internacional CEPF, que também considera essa área como um dos quatro mais importantes corredores de biodiversidade e preservação do cerrado brasileiro.
Se não agirmos de forma prática e intensa no combate ao desmatamento das florestas nativas do cerrado, principalmente nos corredores de maior biodiversidade, os efeitos são conhecidos e catastróficos, uma vez que a própria Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou recentemente, por meio da sua Diretora de Meio Ambiente e médica espanhola, Maria Neira, que 70% dos últimos surtos pandêmicos começaram com o desmatamento, e essa prática tem efeitos devastadores para o futuro da humanidade.
Questionada sobre quais são as medidas mais urgentes que a OMS recomenda para evitar a deterioração do meio ambiente e da saúde pública ela responde: “Uma muito importante é o conhecimento. Temos que ganhar mais adeptos para a causa. O objetivo é que muita gente entenda a relação entre mudança climática e saúde”.
Todos os dias estamos acompanhando os reflexos das mudanças climáticas em todo o mundo, e a perda de biodiversidade agravando com o surgimento de epidemias, o que compromete o equilíbrio do ecossistema, e no nosso caso, no importante bioma Cerrado.
Agir na causa é a única forma de evitarmos consequências catastróficas para nós humanos.
A proposta do projeto da SaveCerrado é integrar pessoas e empresas, de forma inclusiva, uma vez que o valor de doação para adotar uma área começa em R$ 4 (1 m²), e varia em módulos de 10.000 m² com apoio de apenas R$ 450 mensal. Com isso, queremos possibilitar que todas as pessoas e empresas possam se conectar com o nosso projeto, e serem influenciadores nesse imenso desafio de combater as mudanças climáticas, perda de biodiversidade e desmatamento das nossas florestas nativas.
Uma pesquisa realizada na região, e na área preservada pela SaveCerrado, foram encontradas dentro da área preservada pela organização, espécies ameaçadas de extinção, dentre essas, o Tamanduá Bandeira.
Em nosso site: doe.savecerrado.org/meum2 as pessoas podem calcular sua pegada ambiental e adotar a área correspondente ao seu impacto, se tornando um “SAVER” e recebendo um certificado com o geo posicionamento da área adotada e o Selo Carbon Friendly.